Será que Donald Trump vai realmente deixar a Casa Branca?

A eleição presidencial dos Estados Unidos da América foi um período tenso da política americana e foi acompanhada pelos olhos do mundo inteiro. Com mais de dois dias de apuração de votos – que no país são contabilizados em papel -, a escolha do novo líder da potência foi marcada por protestos e declarações do atual presidente, Donald Trump, de que a votação estava sendo fraudada para garantir a vitória do seu rival, Joe Biden, que acabou levando a melhor na disputa.

Com todas as alegações de irregularidades no processo eleitoral, o que podemos esperar da transição da liderança dos EUA?

Donald Trump permanece em seu cargo de presidente até o dia 20 de janeiro de 2021, mas até então não me mostrou nada disposto a facilitar a transferência do poder para o seu sucessor, Joe Biden, e a Vice Presidente também eleita, Kamala Harris.

Da mesma forma que entrou na Casa Branca, Trump deve sair: se diferenciando. Ele quebrou uma série de padrões que vinham sendo seguidos pelos presidentes dos EUA, e deve sair também em seus próprios termos. Dificilmente vai se dedicar à arte ou às causas humanitárias como outros presidentes antes dele.

A CARREIRA NOS NEGÓCIOS

Trump tem algumas opções à sua frente para seguir em 2021 quando estiver fora da Casa Branca. Uma delas é retomar o seu império empresarial, onde ele é dono de diversos campos de golfe, hotéis e outras propriedades.

Antes de entrar para a política, ele era um astro de reality shows e um magnata atuante no mercado imobiliário, usando sua marca pessoal para aumentar seus lucros. Segundo o jornal New York Times, o até então presidente possui empréstimos a vencer em breve de mais de 400 milhões de dólares, o que equivale a mais de dois bilhões de reais.

Além disso o seu negócio – e o seu patrimônio -, que é ligado ao turismo e ao lazer, sofreu grande impacto negativo com a pandemia do Covid-19, o que torna essa uma opção de carreira bem trabalhosa para o período pós-presidência.

No momento, quem toma conta da Organização Trump são os dois filhos de Donald, Eric e Donald Jr.

A CARREIRA MIDIÁTICA

Donald Trump, antes de ser presidente, ficou conhecido na mídia pelo sucesso que fez no Reality Show “O Aprendiz”.

Há boatos, desde a sua eleição para presidente em 2016, de que ele teria intenção de atuar em redes jornalísticas em algum canal conservador ou até criando a sua própria emissora.

Não há dúvidas de que o presidente teria uma audiência potencial bem grande, visto o seu número de apoiadores e a sua popularidade. Ele foi construído como um personagem para o público, do tipo “ame-o ou odeie-o”, e esse tipo de personalidade é perfeita para a mídia.

Da mesma forma, Trump é uma figura extremamente controversa e que cresceu seu nome com polêmicas.

VOLTA PARA A CASA BRANCA

Pelo que Trump já deixou claro, a derrota para Biden nessas eleições não foi nem um pouco bem aceita, e isso pode contribuir para que ele não desista da presidência do país. Ele ainda pode concorrer ao cargo novamente em 2024. Nos Estados Unidos, segundo a constituição, os presidentes podem ter apenas dois mandatos, mas eles não precisam necessariamente serem consecutivos.

O único presidente, até hoje, a ter dois mandatos não consecutivos foi Groover Cleveland, que assumiu a presidência em 1885 e depois voltou em 1893.

A APOSENTADORIA

Quando um presidente sai da Casa Branca, ele ainda possui uma série de benefícios, sendo uma delas a aposentadoria presidencial. Segundo a Lei dos Ex-Presidentes, de 1958, está prevista uma aposentadoria anual que, em 2017, chegou a 208 mil dólares, o que equivale a mais de um milhão de reais.

Além disso, os ex-presidentes também têm direito a benefícios de saúde, despesas com viagens, funcionários e proteção do Serviço Secreto enquanto viverem.

Aos 74 anos, essa seria uma opção tranquila e que possibilitaria que Donald Trump se dedicasse a rodar o país dando palestras, dedicando-se a filantropia ou apenas descansando em locais paradisíacos.

No entanto, a projeção de especialistas políticos nos EUA é de que o presidente não escolha um período pós-presidência reservado e tranquilo, pelo contrário, a probabilidade é que ele saia fazendo tanto barulho e causando tantas polêmicas quanto quando entrou.

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