Inspeção veicular, isenção de IPVA, IPI e carros velhos
Embora a venda de carros novos tenha disparado nos últimos anos, o Brasil ainda tem uma das frotas de carros mais antigas do mundo, com idade média de 13,4 anos, segundo levantamento da Gazeta do Povo. Somente no Paraná, de acordo com a mesma reportagem, há mais de 1 milhão de veículos com mais de 20 anos de fabricação circulando, contra uma frota de pouco mais de 4,6 milhões.
Certamente o preço dos carros novos, que não raro chegam a custar 2 ou 3 vezes o valor de um similar em países desenvolvidos, principalmente devido aos impostos, contribui para a situação. Mas não é única razão, pois mesmo um país rico com carros em preços razoáveis, como os Estados Unidos, também apresenta uma frota de carros um tanto envelhecida, com idade média de 9,8 anos. Ou seja, lá, como aqui, as pessoas costumam manter seus carros mais velhos circulando.
Os impostos certamente desempenham um papel importante neste quadro. No Brasil, há um incentivo para se manter carros velhos, haja vista que o valor do IPVA vai diminuindo com os anos até chegar à isenção, quando muito velhos (no Paraná, 20 anos). Nos EUA a estrutura de impostos é bem diferente e pode variar muito de estado para estado e mesmo dentro de cidades e condados, variando de pouco mais de 0% a mais de 6% dependendo de onde se vive. Mas é comum que baixem com o tempo por serem, na maioria, baseados no valor de revenda do veículo.
A inspeção veicular certamente tiraria das ruas muitos carros sem condições de segurança. No entanto, uma solução mais definitiva seria uma estrutura de impostos diferente, com valores menores para carros mais novos, que desencoraje a propriedade de carros mais velho em vez de incentivá-la, além de impostos mais baixos para os carros novos (haja vista o aumento das vendas devido à isenção do IPI), para facilitar a troca de veículos velhos por novos, como costuma acontecer nos países europeus.

